Nenzito, contador de histórias...
"O sertão está em toda parte, o sertão está dentro da gente. Levo o sertão dentro de mim e o mundo no qual vivo é também o sertão." Guimarães Rosa
terça-feira, 18 de fevereiro de 2014
sábado, 15 de fevereiro de 2014
quinta-feira, 30 de janeiro de 2014
Saúde do Homem - Programa Brasil das Gerais, TV Minas
Compartilho uma boa discussão sobre a prevenção do câncer de próstata. Tem a participação de meu sobrinho, Moisés Augusto Gonçalves, professor da PUC Minas. Confira!
sábado, 21 de dezembro de 2013
quinta-feira, 17 de outubro de 2013
domingo, 25 de agosto de 2013
E SE?
E SE?
José mg
E se por trás deste triângulo houvesse uma
mulher? E se
ele escondesse exatamente
sua parte mais
interessante? E se por
graça dos
deuses nele eu pudesse
me esconder? E se por maior
graça ainda, eu pudesse es
colher? Em seu bico
eu
ficaria. Em seu ponto
de equilíbrio onde
a humanidade
se equilibra,
eu me
equi
lib
ra
i
a
.
quinta-feira, 15 de agosto de 2013
TERROR NO CINEMA
" Era dia dos pais. Zemar, pai de filho único e marido de mulher nenhuma, já que era pai solteiro, ou pãe, no dizer dele. Assumira a criação do filho em desde que ele tinha quatro aninhos, pela convicção de que a mãe não poderia criá-lo a contento.
Naquele dia convidou o filho a irem passear na cidade grande, no shopping, que os jovens tanto gostam.
Foram.
Passearam.
Viram lojas, produtos, depois se dirigiram para as salas de exibição.
Zemar pediu ao filho que escolhesse que filme gostaria de ver. O filho, Joãomar, adolescente de quinze anos, escolheu ver o Capitão América. Zemar não morria de amores pelo gênero, mas, azar o seu. Quem mandou mandar o filho escolher? Deveria ter escolhido ele próprio! Aquele dia era o dia dos pais, não dos filhos…
O filme era em 3D. Eles nunca tinham visto um filme em 3D. Entraram para a sala que era pequena. Zemar teve saudade dos antigos cines que fazia questão de ir quando passava pela capital: cine Art Palácio, Brasil, Candelária, Odeon, Paladium…
Foram os primeiros a adentrar a sala. Dentre em pouco começaram a aparecerem outros. O filho reparou que todos vinham com óculos escuros na mão. Chamou a atenção do pai para o fato.
“Uai”, pensou Zemar. “Será que davam os óculos na aquisição dos ingressos e não deram para ele”? Pediu explicação ao moço da cadeira da frente e ele esclareceu que os óculos estavam numa caixa, perto da porta da sala e que era só pegar.
Zemar teve vergonha de sua ignorância. Mas perdoou-se porque era a primeira vez que iria assistir a um filme 3D.
Resolveu ele próprio ir buscar os óculos.
De seu assento viu uma cortina no cantinho da sala, quase debaixo da tela. Foi até lá. Abriu a cortina e, à fraca claridade das luzes, viu um corredor e lá no fundo do corredor uma larga porta de metal branco.
Entrou no corredor. Ao fecharem-se as cortinas a escuridão foi completa. Caminhou firme até tocar a porta. Abriu-a. Ela dava acesso ao lado de fora do shopping. Não entendia. Como aquilo podia ter acontecido? Raciocinou: se saísse para retornar à sala de exibição, teria que comprar outra entrada. Não gostou da idéia. Iria retornar à sala e descobrir o caminho certo.
Mas querer não é poder como não diz o ditado popular.
Voltou ao corredor. Fechada a porta, a escuridão também voltou. Podia fechar os olhos porque ali eles não estavam tendo serventia nenhuma. Foi em frente. Ao tocar a cortina abriu-a satisfeito, mas sua satisfação fez-se estupefação: a sala não era a que ele estava! Fechou a cortina e titubeou em outra direção. Achou outra cortina. Abriu e deu em outra sala vazia.
Começou a sentir medo. A escuridão era total, já se disse. Ficou se recordando de um ou outro filme de terror que tinha assistido. Não quis ver mais. Odiava filmes de terror. Recordava-se de uma estrofe de uma poesia que lera certa vez:
"Vivendo se aprende lições
guarde esta se puderes:
a vida tem coisas lindas,
veja as feias se quiseres".
Com tanta coisa bonita para se ver na vida e tem gente que perde tempo vendo filmes de terror.
Mas ele tinha de se lembrar dos horrores dos filmes de terror logo agora, que estava perdido num labirinto, dentro da maior escuridão?
Mas lembrou, malgrado seu. Em um instante as figuras grotescas saíram de sua imaginação e ganharam vida. Poderia gritar, mas não adiantaria porque em uma das salas se exibia um filme barulhento.
Conseguiu por fim dominar-se. Aquilo não existia. Existia era um cérebro dominado pelo medo.
Retomou o controle e procurou a porta para o exterior. Achou-a. Saiu. Ai, que alívio!
Retornou à entrada. Explicou seu drama ao porteiro. Ele entendeu e lhe franqueou a entrada.
Ali, perto da porta da sala 7, estava a caixa com os óculos.
Maldisse-se. Porque não mandara o filho buscar os tais? Afinal, aquele não era dia dos filhos. Era dia dos pais".
José Maria Gonçalves (Nenzito)
Mulher biônica
MULHER BIÔNICA
José MG
Eu quero uma mulher, que tenha conteúdo, que saiba discernir, além de sorrir.
Que tenha uma alma, que me enleva e me acalma.
Que o espírito seja de luz, cheio de esplendor.
Não, não importa o exterior. O exterior pode ser modificado ao bel prazer de sua dona. Mas seu interior. No seu interior é que ela mora, tem que ser lindo e imutável ainda que sopre a tormenta. Digo isto por causa do trauma que passei e ao saber meu sofrimento vocês me darão razão.
Saí com uma mulher que tinha tudo no lugar. E eu, euzinho mereci a atenção daquela deusa e me perguntava que bem que eu fiz a Deus para merecê-la. Apesar de ser de meia idade, colocava muito mocinha em sua retaguarda.
Jantamos. Fomos ao cinema e eu não me cansava de me admirar daquela beleza, ali na mesa: loura, cabelos sedosos, os dentes perfeitos, o sorriso sensual. Os olhos verdes lembravam esmeraldas e eram muito, muito doces. Os cílios longos, charmosos. As pálpebras fechavam e abriam fazendo charme. Dava a tristeza da eclosão das pedras preciosas que ornavam os olhos, depois à explosão da alegria de tornar a mostrá-las. Os lábios, médios. Os seios, ah, os seios! Desnudos pelo decote generoso pareciam esculpidos por um artista de todos os quilates, sem nenhum defeito. Sobre a porcelana da base os bicos de rubi.
Após o jantar, fomos a uma danceteria, onde a tive em meus braços, no doce balanceio da valsa, e junto com o calor de seu corpo, senti seus seios rígidos me espetando e despertando o desejo. Seus lábios se ofereciam e meus lábios não os desdenhavam. Nossos lábios buscavam-se e nossas línguas também valsavam ao ritmo de nossos corpos.
De comum acordo deixamos o salão de dança e fomos para o apartamento da deusa. Ela colocou uma música suave para servir de fundo à nossa troca de carícias. Quando estávamos em ponto de bala, fomos para o quarto. Deitamo-nos e nos doamos intensamente.
Pela manhã, antes de abrir os olhos eu já sorria. Abrindo-os notei a claridade que se coava pela cortina lilás. Levantei-me bem disposto apesar do combate, ou melhor, por causa dele.
Abri um pouco a cortina porque eu queria ver bem o monumento que eu tive em meus braços, mas sem acordar a deusa adormecida.
Não obstante a suavidade do meu movimento, ela tinha sono leve e acordou e sorriu para mim e neste momento, o mundo ruiu.
Acendi a luz para ter a melhor certeza e estarrecido vi: sua peruca loura tinha saído e um cabelo bastante crespo espetava o travesseiro. Os cílios postiços estavam agarradinhos no cobertor deixando desprotegidas as pálpebras ermas, peladas daquele adorno, sem um cilizinho pra remédio. As lentes de contato, verdes, descansavam sobre o criado mudo, vizinhos dos dentes dentro de um copo d’água. Um dos seios estavam retorcidos porque o cilicone tinha se deslocado.
Consternado, consegui desenhar um sorriso que deve ter saído uma careta e falei que ia buscar pão e nunca mais voltei.
domingo, 4 de agosto de 2013
terça-feira, 23 de julho de 2013
Em Cordisburgo, no período de 7 a 13/07/13, realizou-se a 25ª Semana Rosiana. No evento aconteceram palestras, oficinas, cursos, exibição de filmes, teatro, caminhada eco-literária, sarau de poesias.
No sarau poético que aconteceu na Semana rosiana, narrei uma sátira que escrevi sobre um acontecimento que houve na cidade. Carece de contar a história que me inspirou a escrever para facilitar o entender.
A história
Em um carnaval já não me lembro de que era, apareceu em Cordisburgo um cidadão dizendo-se irmão do deputado Raimundo Albergaria. À palavra mágica, "deputado" abriram-se as portas da cidade. Um conterrâneo acreditou no estranho e saiu apresentando-o a todos: Apresentou a uma vereadora que abraçou o visitante afirmando que "se era irmão do Albergaria,é amigo nosso" E assim foi apresentando a todos. Um comerciante que não fiava nem nos filhos trocou cheque, hotéis hospedaram... Um ministro da eucaristia tinha uma barraca na rua vendendo salgados e bebidas. O indivíduo comeu, bebeu e perguntou quanto deu. Deu quinze mil, respondeu o ministro. Retrucou o dadivoso hóspede: "pode me cobrar 25 mil. Vou te dar dez mil de gorgeta. Me dá 25 mil que vou buscar uma nota de 50 mil que está em minha mala, no hotel. O barraqueiro deu e nunca mais recebeu.
Então escrevi a seguinte sátira à qual dei o nome de Credulice, que é a mistura de credulidade com tolice.
CREDULICE
José MG
Cordisburgo, pequena cidade,
pelo tempo da folia,
recebe a ilustre visita
de um Fulano de Tal Albergaria.
Ela, cidade ternura, romântica,
ao toque da Ave Maria,
apaixona-se perdidamente
pelo Galã de Tal Albergaria.
Personagem grande da comuna
desfila imponente pela via,
levando a tiracolo orgulhoso,
O Fulando de Tal Albergaria.
Nossa carismática vereadora
dá gritinhos, quase desmaia de alegria
ao envolver em beijos e abraços,
Sua Excelência Albergaria.
Comerciante de ampla visão
que em qualquer um não cria,
troca crédulo gordo cheque,
para São Fulano de Tal Albergaria.
Nosso espertíssimo ministro,
da religião, Ave Maria,
dá alimento, bebida e dinheiro,
para Sua Santidade Albergaria.
Carnaval, suor e ouriço,
e momo é destronado à revelia
em seu lugar, reina, absoluto,
Sua Magestade Albergaria.
Mas, oh! Ingrato personagem,
vai levando a rodo, de enxurria,
sonhos, beijos, trocos, cheques,
o Esperto de Tal Albergaria.
A quarta feira traz cinzas
para crédulos campônios, não ria:
porque a cidade chora a ida
do Bandido de Tal Albergarial
Depois vou te enviar algumas fotos. Agora tá demorando muito a carregar e estou sem tempo. Abraços
segunda-feira, 22 de julho de 2013
quinta-feira, 18 de julho de 2013
quinta-feira, 11 de julho de 2013
sexta-feira, 28 de junho de 2013
domingo, 23 de junho de 2013
sábado, 15 de junho de 2013
quinta-feira, 6 de junho de 2013
domingo, 26 de maio de 2013
quarta-feira, 15 de maio de 2013
sexta-feira, 5 de abril de 2013
sábado, 23 de março de 2013
terça-feira, 22 de janeiro de 2013
domingo, 20 de janeiro de 2013
quinta-feira, 17 de janeiro de 2013
sexta-feira, 7 de dezembro de 2012
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