As pessoas se ajuntam em várias espécies de cidades: as grandes, médias ou pequenas. Em cada uma delas, as pessoas tem modos assemelhados de se divertirem, de passarem o tempo. Seus gostos, preferências, e lazeres.
Nas cidades de pequeno porte, as pessoas jogam truque, jogam malha, as peladinhas, batem papo nas praças, nos butecos... Uns gostam de pescar, outros de caçar, ou os dois. Em uma cidade pequena, tinha um grupo que gostava muito de caçar, e o faziam constantemente.
Nem todos os donos de fazenda gostam que entrem em suas terras para caçar ou pescar. Naquela fazenda, daquela pequena cidade, o Sr. Raimundo Cócega já tinha discutido várias vezes com os caçadores proibindo que caçassem em suas terras.
Os caçadores, enfezados já com tanta discussão com o fazendeiro, fizerem a cabeça do João Tiago para acabar com aquela amolação, eliminando-o. O João, tão enjoado como os companheiros com o desafeto, ficou grávido daquele projeto homicida, foi amadurecendo a idéia até que sofreu as dores do parto: pegando sua espingarda foi até as terras do Raimundo e com a paciência dos caçadores aguardou a caça especial.
Como fazia todos os dias, lá veio o fazendeiro, olhando cercas, conferindo o gado sem nada desconfiar. Na espreita o caçador puxou o gatilho pondo fim à chatice da proibição. Empapando o chão com seu sangue, expirou o Raimundo. Seus olhos abertos já não enxergavam o verde treme-treme dos bate-caixas, o amarelo das flores de bacpari, o azul do céu com salpicos de nuvens que valorizavam o azul. Aqui a história poderia terminar.
Poderia.
O João volta para casa. Leva na mente o peso de uma morte. É tão fácil matar um animal! Os caçadores se postam em lugares estratégicos, soltam os cães e aguardam. Em pouco se ouve o acuo deles no mato — levantaram um veado. O pobre animal, vendo aquele perigo iminente, foge em disparada exatamente para o meio do perigo maior: os homens emboscados. E começam os tiros. Se o primeiro caçador erra, à frente tem mais caçadores e um deles certamente vai acertá-lo. Sorrisos, festa, comemoração em torno do morto.
Agora, porém, é diferente: foi abatido um da mesma raça. Sentindo-se com o peso de uma tonelada, o caçador é caçado por sua consciência. Em casa mistura formicida com guaraná e a formicida vira homicida.
Na casa do Raimundo, desespero da mulher e dos nove filhos o maior com 13 anos. Na casa do João, desespero só da mulher sem filhos.
Aqui já estaria bom para a história ser encerrada.
Estaria, porém...
A mulher do Raimundo inconformada com a dor da perda, resolve seguir o marido, e dias depois é encontrada morta.
Estabeleceu-se o inferno entre as pobres crianças: ainda não refeitas da perda do pai, perdem a mãe. Muitos não aceitaram esta dorida realidade. O mais velho foi para o hospício onde veio a falecer. Dos outros, poucos foram os que ficaram sem alguma perturbação. Um deles encontra-se internado ainda nos dias atuais. Aqui a história finalmente acaba.
Nem todos os donos de fazenda gostam que entrem em suas terras para caçar ou pescar. Naquela fazenda, daquela pequena cidade, o Sr. Raimundo Cócega já tinha discutido várias vezes com os caçadores proibindo que caçassem em suas terras.
Os caçadores, enfezados já com tanta discussão com o fazendeiro, fizerem a cabeça do João Tiago para acabar com aquela amolação, eliminando-o. O João, tão enjoado como os companheiros com o desafeto, ficou grávido daquele projeto homicida, foi amadurecendo a idéia até que sofreu as dores do parto: pegando sua espingarda foi até as terras do Raimundo e com a paciência dos caçadores aguardou a caça especial.
Como fazia todos os dias, lá veio o fazendeiro, olhando cercas, conferindo o gado sem nada desconfiar. Na espreita o caçador puxou o gatilho pondo fim à chatice da proibição. Empapando o chão com seu sangue, expirou o Raimundo. Seus olhos abertos já não enxergavam o verde treme-treme dos bate-caixas, o amarelo das flores de bacpari, o azul do céu com salpicos de nuvens que valorizavam o azul. Aqui a história poderia terminar.
Poderia.
O João volta para casa. Leva na mente o peso de uma morte. É tão fácil matar um animal! Os caçadores se postam em lugares estratégicos, soltam os cães e aguardam. Em pouco se ouve o acuo deles no mato — levantaram um veado. O pobre animal, vendo aquele perigo iminente, foge em disparada exatamente para o meio do perigo maior: os homens emboscados. E começam os tiros. Se o primeiro caçador erra, à frente tem mais caçadores e um deles certamente vai acertá-lo. Sorrisos, festa, comemoração em torno do morto.
Agora, porém, é diferente: foi abatido um da mesma raça. Sentindo-se com o peso de uma tonelada, o caçador é caçado por sua consciência. Em casa mistura formicida com guaraná e a formicida vira homicida.
Na casa do Raimundo, desespero da mulher e dos nove filhos o maior com 13 anos. Na casa do João, desespero só da mulher sem filhos.
Aqui já estaria bom para a história ser encerrada.
Estaria, porém...
A mulher do Raimundo inconformada com a dor da perda, resolve seguir o marido, e dias depois é encontrada morta.
Estabeleceu-se o inferno entre as pobres crianças: ainda não refeitas da perda do pai, perdem a mãe. Muitos não aceitaram esta dorida realidade. O mais velho foi para o hospício onde veio a falecer. Dos outros, poucos foram os que ficaram sem alguma perturbação. Um deles encontra-se internado ainda nos dias atuais. Aqui a história finalmente acaba.
Nenzito (Zé Maria)
Baseado em fatos reais, nomes fictícios
Casos muito particulares das gerais.
ResponderExcluirParabéns, Nenzito!
Abração!
Berzé
Amigo,Meu amiguinho Tigre está participando do concurso Esconde esconde no blog da Kika,preciso de seu votinho na fotinha dele é a do NÚMERO 47 e este é o link :
ResponderExcluirhttp://kikaeassuasideias.blogspot.com/
A reginha para votar: A reginha para votar: 1º-Ser seguidor do blog da kika 2º-Deixar no comentário que vota no Tigre nº47 Se fugir as regrinhas o voto não é valido, Muito grata!Beijos de luz!