segunda-feira, 26 de julho de 2010

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Saudações...


"O filho mais ilustre de Cordisburgo, nosso genial escritor Guimarães Rosa, embora tenha aqui residido apenas até aos nove anos, contaminou-se com o bacilo Cordisburcocos aeternum, que faz com que a pessoa contaminada carregue o amor pela cidade do coração eternamente. Embora tenha viajado o mundo e visto cidades encantadoras como Paris, Viena, Roma, Berlim, Amsterdã, elas com sua grandeza e magnificência, não conseguiram ofuscar o brilho que para ele tinha a pequena Cordisburgo. Viu e encantou-se com as belezas do Danúbio. Mas não se esqueceu do nosso Ribeirão do Onça onde nadava quando em criança. Aprendeu muitos idiomas como o russo, mandarim, grego, sânscrito, e diversos outros, mas não se esqueceu de nossas palavras tão nossas: de primeiro, é peta, viche maria, curuz, nunsiquidiga, diogo e outras mais. (nunsiquidiga era como minha mãe nos chamava quando queria nos xingar de capeta em outra língua e Diogo era o substutivo de Demônio). Provou iguarias as mais variadas, mas não se esqueceu do cobu, o pão-de-queijo, a abóbora com quiabo e angu, o doce de mangaba.

Penso também em Neruda:

Perdão, se quando quero contar minha vida
é terra que conto. Esta é a terra: cresce em teu
seio e cresces. Se se apaga em teu seio te apagas.


Extraído do discurso de saudação ao empossando Moisés Augusto Gonçalves, na Academia Cordisburguense de Letras (31/07/2009)