sábado, 28 de novembro de 2009

OS NOMES

Quase sempre um nome tem uma razão de ser, uma história. O nome das pessoas é frequentemente escolhido em homenagem a alguém: um parente, um santo, um vulto histórico. O nome dos lugares públicos também homenageia pessoas que fizeram algo de notável pelo povo em algum tempo ou lugar: um feito heróico, religioso; alguém que destacou na política, nas artes, nos esportes, etc. Assim temos, em Cordisburgo: Avenida Padre João, Rua Cel. Geraldino Rocha, Rua Prefeito Dimas Henrique de Freitas, Rua Expedicionário José Gomes da Silva, Galpão Augusto Diniz Costa, Praça Jovito Pereira.
Estranhamente porém, em meio a nomes de benfeitores da cidade, magos sem fraque retiram estranhos nomes da cartola. Nomes que por mais que apuremos os ouvidos, eles nada nos dizem. Por exemplo: Eduardo Rios Neto, alguém já o tinha ouvido antes? Cláudio Pinheiro de Lima, idem. Albertina Diniz Maciel, idem, idem. E Conceição Patrus? O sobrenome não me é estranho, mas a pessoa, quem é? O que fez de notável aqui ou alhures?
Por falar em denominação, perdi uns fios de cabelo, outros branquearam tentando descobrir porque nosso ginásio coberto recebeu o nome de “Centro Educacional Conceição Patrus!” Educacional!? Meu Deus! Seria obra de antigo professor do Ginásio Comercial de Cordisburgo tendo um crise de nostalgia? Seria senilidade precoce do dito senhor? Ou a caduquice prematura seria minha que não evoluí com o tempo, pois eu juraria que aquilo seria um centro esportivo?
É peta. Cansado de espremer o cérebro pergunto a todos que encontro. Até que enfim meu esforço é recompensado: Alguém do fundo da cozinha, ou melhor, do fundo do gabinete do homem, explicou-me que era para poder destinar verba da educação para lá, já que sobrava dinheiro da educação. Santo Deus, acuda-me! Agora é que entendo menos: escolas rurais caindo aos pedaços, professoras ganhando o mesmo que serventes, material escolar e didático deficitário!… Ah! Entendi! Por isso mesmo é que está sobrando dinheiro!
Desculpem a divagação. Voltemos aos nomes. Enquanto alienígenas ocupam lugar de destaque, personagens nossos são esquecidos. Por que não dar ao ginásio o nome de Bené Liboreiro, grande batalhador pelo esporte em nossa cidade? E o Zezé Leone batalhador contra as doenças, que tantas vezes serviu de médico e dos bons, porque não tem nada com o nome deste herói da saúde em nosso Município?


Nenzito (Zé Maria)
Cordisburgo, junho de 2006

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